Amarildo: testemunha diz que recebeu dinheiro para mentir
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Menor afirma que levou
propina para acusar tráfico por sumiço
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No primeiro depoimento,
adolescente acusou o traficante Thiago Silva Mendes Neris, o Catatal, pelo
sumiço de Amarildo
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Publicado:16/09/13 - 22h06
Atualizado:16/09/13 - 22h58

Amarildo está desaparecido desde 14 de julho - Álbum
de família
RIO
- O adolescente que disse ter sido pressionado pelo major Édson Santos,
ex-comandante da UPP da Rocinha, para acusar um traficante pelo desaparecimento
do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza afirma ainda que recebeu dinheiro
para sustentar essa versão. Com 16 anos, o menor é uma das principais
testemunhas do relatório em que o delegado Ruchester Marreiros, ex-adjunto da
15ª DP (Gávea), pede a prisão da mulher do pedreiro, Elizabete Gomes da Silva,
por envolvimento com o tráfico. O relatório faz parte de um processo que está
na Justiça. Amarildo sumiu no dia 14 de julho, após ser levado por PMs para a
UPP da favela.
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GALERIA Segunda reconstituição do caso Amarildo
No primeiro depoimento ao
delegado Ruchester, em agosto, o adolescente acusou o traficante Thiago Silva
Mendes Neris, o Catatal, pelo sumiço de Amarildo. O pedido de prisão preventiva
de Elizabete foi inclusive motivado por esse testemunho. O adolescente e
Wellington Lopes da Silva, outra testemunha considerada importante no
inquérito, aparecem num vídeo gravado por Ruchester e pelo inspetor Halter
Pitter, que trabalhava na investigação que resultou na Operação Paz Armada,
contra o tráfico na Rocinha. As imagens foram gravadas no Hospital Miguel
Couto, onde o jovem e Wellington se recuperavam de ferimentos.
Na
última quarta-feira, ao depor na Divisão de Homicídios (DH), o menor contou
outra história: disse que tinha recebido dinheiro do inspetor. Além disso,
segundo o adolescente, o major Édson Santos foi ao hospital para oferecer a ele
segurança e o aluguel de um imóvel fora da Rocinha, também para que acusasse
Catatal. O menor disse ainda que Wellington teria sido beneficiado para prestar
falso testemunho e estaria morando num imóvel alugado pelos policiais em
Jacarepaguá. No depoimento que deu a Ruchester, Wellington afirmou que havia
sido torturado em frente à casa de Amarildo.
Tanto
o adolescente como a mãe dele estão agora sob proteção policial. Já Wellington
não foi encontrado.
Mãe
e filho acusam major
Os
primeiros depoimentos das duas testemunhas foram tomados no dia 7 de agosto,
depois de Ruchester já ter saído da 15ª DP. Para explicar por que ouviu os dois
mesmo após deixar o cargo, o delegado disse em seu relatório que as testemunhas
poderiam não ser mais encontradas, porque estariam ameaçadas pelo tráfico.
Segundo
um dos depoimentos prestados pelo menor, Amarildo, conhecido como Boi, teria
ordenado a ele que quebrasse uma câmera da UPP usada pelos policiais para
vigiar a movimentação de traficantes. Com base nessa versão, Ruchester chegou à
conclusão de que o ajudante de pedreiro integrava a quadrilha e era responsável
pela guarda de materiais do tráfico.
No
entanto, em seu último depoimento, na DH, o menor disse que nem conhecia
Amarildo ou a sua mulher. Contou ainda com detalhes como conheceu o inspetor
Pitter. Ele disse que foi flagrado ao furtar um celular por policiais da UPP da
Rocinha. Na 15ª DP, o adolescente teria sido liberado pelo inspetor, que queria
transformá-lo em informante. Naquele momento, as investigações da Operação Paz
Armada — realizadas pelas equipes de Ruchester e do major Édson Santos — já
estavam em curso. O adolescente voltou para a Rocinha e, em maio, depois de ser
baleado, teria sido visitado por Pitter no Miguel Couto. Foi lá que o policial
teria proposto a ele criar a versão de que Catatal ordenara a morte de
Amarildo. O jovem de 16 anos também disse que o policial teria prometido a ele
um iPhone e um par de tênis de marca, para sustentar a versão mentirosa. Essa
promessa, no entanto, não foi cumprida, e ele decidiu então falar a verdade
assim que deixasse o hospital — o que aconteceu na última quarta-feira.
A
mãe do adolescente também prestou depoimento na DH e afirmou ter recebido R$
350 de policiais para sustentar a versão do filho. Assim como o menor, ela
também acusou o major Édson Santos de tê-los pressionado para manter a acusação
ao tráfico.
O
promotor Homero das Neves Freitas Filho, responsável pelo inquérito na DH,
afirmou que o caso corre em sigilo e que não comentaria vazamentos de
informações. Ruchester não quis se pronunciar, e os outros policiais acusados
foram procurados por intermédio da assessoria da Polícia Civil. A corporação,
no entanto, alegou que o inquérito tramita em segredo de Justiça.Nossa mãe e pensar que os policiais estavam isentos desse desapareeimento.... e o cabo da PM foi acusado pelo menor de mentir para a polícia que investiga o caso e ter recebido propina para manter a versão mentirosa... e a polícia achou que o ajudante de pedreiro era traficante... Azar do cabo que não manteve a promessa de dar o celular e tênis de marca para o menor que assim que asiu do hospital foi até a deloegacia respnsável pela investigação contar a versão verdadeira...
Que bergonha "marginal" fardado.... que vergonha... por isso o povo não confia mais em PM pois sabe que todo policial é corrupto , mas nem todos, existe a minoria que é honesta, que tem amor a profissão, mas o povo já desacreditado por esse país com políticos ladrões, corruptos , quem vai acreditar num policial honesto?
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